terça-feira, 25 de maio de 2010

Pensamentos que não queria ter - memórias, sim - ocorrem-me e ensurdecem-me. Penso em Ti. Quero confiar um bocadinho mais e até acho que oiço a Tua voz a dizer: "deixa estar, não te inquietes, vai correr tudo bem". Serás mesmo Tu ou será a minha vontade de Te ouvir? Entrego-me ao Teu desenho porque o meu esboço nunca passou de um bocado de papel de embrulho com linhas gordas e cores muito vivas. Demasiado vivas. Cores de superficialidade. Só não rasgo mais imagens e papéis velhos porque também lá estás desenhado, entre os meus riscos tortos e desajustados.

Confio em Ti. Guardarei a arca que me confiaste aberta e depois fechaste até que eu tenha aprendido o suficiente para poder entender o seu conteúdo, talvez a pomba e o ramo de oliveira.